Com o fim das revoltas camponesas, que foram um dos primeiros resultados concretos, e não dos menos sangrentos, da revolução religiosa e social de que Lutero acabou sendo causa, morre em maio de 1525 Frederico III da Saxônia, sendo sucedido no mesmo ano pelo príncipe-eleitor João, o Constante. Mas se Frederico, durante as convulsões do período, manteve sempre ambígua sua adesão ou não ao credo protestante, ainda que fosse reconhecido publicamente como protetor de Lutero, João, por outro lado, assumiu abertamente a causa do “reformador”.
O saldo das guerras foi, como vimos até agora, a desarticulação político-religiosa da Alemanha, já que existiam agora populações inteiras separadas de Roma, mas com uma identidade religiosa ainda pouco definida. Lutero mesmo pôde comprovar a desorientação doutrinal dos que foram atingidos por sua revolta: já não eram, decerto, católicos, mas nem por isso eram protestantes no sentido forte da palavra. Diante disso, o frade alemão decidiu redigir seus primeiros catecismos populares. Publicados em 1529 com um tom bem pouco polêmico, o primeiro, intitulado “Catecismo Maior”, destinava-se aos “pastores” e “ministros”, ao passo que o segundo,...