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Lutero e o Mundo Moderno

Lutero Universitário

A “Reforma” Protestante teria sido praticamente impossível sem as universidades e a atuação militante de seus egressos. A ideia pode parecer estranha, e até mesmo exagerada, mas se trata de um fato líquido e certo, respaldado inclusive por pesquisas sérias na área de sociologia e estatística: um dos fatores decisivos para a “conversão” de uma cidade alemã à revolução luterana foi a presença de ex-alunos de Wittenberg, agentes intermediários que assumiram a missão de propagar entre o povo a ideologia religiosa que veio à luz nos claustros acadêmicos.

Nesta aula de nosso curso Lutero e o Mundo Moderno, Padre Paulo Ricardo explica como as universidades acabaram servindo ao “triunfo” do luteranismo no século XVI.

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Como vimos até agora, Lutero, que pretendera subtrair ao papado o governo da Igreja, viu-se obrigado a outorgar aos príncipes o poder de decidir também em questão de fé e administração eclesiástica. Ora, na altura em que nos encontramos, faz cerca de dez anos que o imperador Carlos V se encontrou com o frade agostiniano, por ocasião da Dieta de Worms; entretanto, o tumulto político gerado pela “Reforma” assumiu proporções tais, já não parece admitir solução, pois quase metade do Império Romano-Germânico apostatou da fé e passou a seguir a nova religião.

Neste panorama, uma coisa fica cada vez mais clara para ambos os lados: não é possível ao cristianismo subsistir sem a existência de um poder magisterial, isto é, de uma instância autorizada a ensinar qual é a fé que os cristãos têm de seguir. Com efeito, do lado protestante, os príncipes podem até ter o direito de fazer guerra; mas, se não forem investidos também do poder de determinar o “credo” de seus domínios, o cristianismo por eles pregado inevitavelmente se vaporizaria. Por sua vez, do lado da Igreja Católica, onde a noção de autoridade em matéria de fé e moral nunca foi posta em dúvida, aspira-se à convocação de...

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