Ao afirmar que a superação do caos e a instituição da ordem só podem ser alcançadas com a renúncia das liberdades individuais e a submissão à vontade de um soberano, Thomas Hobbes estava partindo do pressuposto de que a ordem é algo que se impõe de “fora para dentro”, normalmente se utilizando da coerção.

Esse tipo de ordem, que podemos chamar de totalitária, é o pressuposto indispensável para a implantação e manutenção de qualquer ditadura.

Mas existe um outro tipo de ordem, que se origina não da vontade de um soberano, mas do próprio ser das coisas. Em outras palavras, pelo conhecimento racional do ser das coisas, somos capazes de perceber a existência de uma ordem que advém da própria natureza dos entes criados e, assim, estabelecer uma ordem social baseada na estrutura da realidade.

Obviamente, a existência dessa ordem natural gera tanto implicações políticas quanto pastorais. No âmbito político, diante de medidas ditatoriais e contrárias à Lei de Deus — autor primeiro da ordem existente —, poderemos dizer com São Pedro: “Convém antes obedecer a Deus que aos homens” (At 5, 29). Já no âmbito pastoral, isso nos leva à necessidade de pregar a verdade sem adulterações, a fim de que o homem moderno se converta e busque se adequar ao ser das coisas.

Eis o ponto de partida do 22.º episódio do programa Studiositas, que será transmitido nesta terça-feira, 28 de novembro, às 21 horas.

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