Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 21, 12-19)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”
O Evangelho de hoje, seguindo o tom escatológico típico desta última semana do Ano Litúrgico, fala-nos da perseguição que devem padecer os seguidores de Cristo. Não se trata de uma novidade dos nossos tempos, mas de uma realidade que acompanha a Igreja desde as suas origens e que irá recrudescer à medida que se forem aproximando os derradeiros momentos da história. A Igreja, lembra-nos o Catecismo (cf. nn. 675-677), será submetida a uma prova final; haverá uma impostura do Anticristo, ou seja, a instauração de uma falsa religião, que dirá trazer à humanidade a solução de todos os seus problemas, à custa, porém, da apostasia da verdade. Será nesse clima de pseudo-messianismo que a Igreja, cujo triunfo final, à semelhança de Cristo, só se dará depois de uma Páscoa de dores e perseguições, verá seus bancos praticamente vazios; os cristãos de verdade, fiéis ao Senhor até o extremo, serão reduzidos a um número tão irrisório que o último desencadear do mal (cf. Ap 20, 7-10) fará com que a Igreja pareça morta aos olhos do mundo, como se houvera desaparecido de uma vez para sempre. Mas Cristo, que nos deu a garantia de que as portas do inferno não hão de prevalecer contra ela, fará descer do céu, em glória e majestade, a sua Esposa, a Jerusalém celeste e sem fim (cf. Ap 21, 2-4). Enquanto aguardamos esses acontecimentos, nós cristãos devemos continuar rezando pela conversão do maior número possível de almas, sacrificando-nos por inteiro a Deus, que permite sejamos perseguidos e odiados para que, configurados ao seu Filho crucificado, entremos com Ele na glória da Ressurreição. Roguemos, pois, à Virgem SS., Rainha dos mártires, que nos faça perseverar firmes na fé e preparar o nosso coração para o triunfo glorioso e definitivo de Nosso Senhor.
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