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Texto do episódio
966

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 18, 1-5.10)

Naquela hora, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: “Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Quem se faz pequeno como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus. E quem recebe em meu nome uma criança como esta, é a mim que recebe. Não desprezeis nenhum desses pequeninos, pois eu vos digo que os seus anjos nos céus veem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus”.

Celebramos hoje, com grande alegria, a Memória dos Santos Anjos da Guarda, oferecendo a Deus nossa gratidão por ter nos dado tão zelosos guias, que nos acompanham em nossa peregrinação até o Céu. 

Muitos acreditam que o Anjo da Guarda seja apenas uma historinha para enganar as crianças, a fim de que se comportem, ou alguma espécie de superstição, pela qual a pessoa pendura a medalha de um anjinho no berço porque acha que, assim, a criança estará protegida. Bom, nada disso é verdade, com exceção do fato de que o Anjo da Guarda é, sim, algo “para crianças”. Ou seja, diante dos nossos anjos, devemos ser como elas, porque quem não tiver um coração de criança não entrará no Reino dos Céu.

 Nós precisamos nos colocar diante dos Santos Anjos com a reverência, a confiança e a gratidão que lhe são devidas, mas, sobretudo, com docilidade. Como pequenas crianças, temos de ser dóceis à ação dos nossos protetores. Quando somos pequenos e queremos atravessar a rua, seguramos, obedientes, na mão de uma pessoa mais velha e deixamo-nos conduzir por ela durante a travessia. É essa docilidade que importa em nossas vidas. No entanto, se formos rebeldes e desejarmos atravessar a rua sozinhos, soltando a mão de quem nos conduz, vamos nos perder pelo caminho e poderemos até mesmo perecer. 

Nós, espiritualmente, temos o grande desafio de chegar ao Céu, mas, infelizmente, olhamos muitas vezes para este mundo de forma carnal, não enxergando o sobrenatural, aquilo que verdadeiramente importa. Se buscarmos a justiça do Reino de Deus e a santidade, seremos plenamente felizes e teremos tudo. Contudo, constantemente nos distraímos e nos deixamos levar pelas seduções dos inimigos de nossa alma — o demônio, o mundo e a carne. Mesmo assim, Deus não nos abandona e coloca ao nosso lado um guardião santíssimo e poderoso, que é, ao mesmo tempo, bom e humilde.

O nosso Anjo da Guarda tem as melhores qualidades possíveis. Logo, como não confiar nele? Que nossa oração diária aos Santos Anjos seja verdadeiramente uma disposição interior para a docilidade e que, nos momentos de grandes decisões e travessias, eles nos inspirem a seguir pelo caminho certo. Devemos sempre ter nossos corações abertos aos nossos queridos conselheiros, porque serão eles que nos darão aquilo que mais precisamos para a salvação de nossas almas.

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