Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 1, 45-51)
Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José”.
Natanael disse: “De Nazaré pode sair coisa boa?” Filipe respondeu: “Vem ver!” Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”.
Jesus disse: “Tu crês porque te disse: Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
“De onde me conheces?” É com esta pergunta que o Apóstolo S. Bartolomeu nos mostra, desconcertado, como é penetrante e revelador o olhar de Jesus Cristo: Ele, que sonda os rins e os corações (cf. Rm 8, 27), conhece-nos no mais fundo de nossa alma, vê-nos sem máscaras nem mentiras, porque nada — nem os mais íntimos pensamentos — se lhe pode ocultar. O seu olhar nos desnuda, revela-nos quem realmente somos, descobre-nos nossas verdadeiras motivações, traz às claras o que se passa de fato no nosso coração. Mas, uma vez conhecidos por Cristo, cabe-nos dar o passo confiante da fé e dizer-lhe, como disse outrora o Apóstolo Natanael: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”; tu és, pois, aquele que liga o céu à terra, aquele sobre o qual os anjos de Deus sobem e descem. A liturgia de hoje nos convida, pois, a não termos medo de, sob os olhos luminosos de Nosso Senhor Jesus Cristo, lançarmos fora as máscaras e fantasias com que pretendemos fugir à verdade sobre a nossa própria miséria e pequenez. Livres destes fardos inúteis, subamos com pressurosa esperança a escada de Jacó, que não é senão o Filho do Homem, que associa a família humana à divina família do Pai.
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