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Memória de Santo Alberto Magno

S. Alberto Magno, cientista, filósofo e teólogo, é prova inconfundível de que a Idade Média está muitíssimo longe de ser a “idade das trevas” com que tantos, seja por malícia ou ignorância, pretendem denegrir a imagem da Igreja Católica.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 17, 20-25)

Naquele tempo, os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: “O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘Está ali’, porque o Reino de Deus está entre vós”.

E Jesus disse aos discípulos: “Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver. As pessoas vos dirão: ‘Ele está ali’ ou ‘Ele está aqui’. Não deveis ir, nem correr atrás. Pois, como o relâmpago brilha de um lado até o outro do céu, assim também será o Filho do Homem, no seu dia. Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”.

Celebramos hoje a memória de S. Alberto Magno, Doutor da Igreja e um dos maiores luzeiros da intelectualidade medieval, responsável por reintroduzir e reabilitar na cultura de sua época o pensamento de Aristóteles. Antes de entrar para a vida religiosa, S. Alberto dedicara-se ao estudo das ciências naturais, sobretudo da biologia, na Universidade de Pádua. Tão grande era o seu amor pelo saber que, embora consciente de sua vocação religiosa, acabou adiando seu ingresso na Ordem dos Pregadores com o fim de progredir nas ciências humanas. Uma visão de Nossa Senhora, no entanto, fê-lo tomar o hábito dominicano e, uma vez em Bolonha, entregar-se ao estudo da teologia sagrada. Tornou-se monge já tarde, com mais ou menos trinta anos de idade, e irá viver até os oitenta e sete, sobrevivendo ao seu mais dotado aluno, Santo Tomás de Aquino, em quem soube incutir o zelo por todo tipo de conhecimento e a convicção de que é do mesmo Deus que procedem harmonicamente as verdades de ordem tanto natural como sobrenatural, de forma que não há nem pode haver contradição entre o que nos diz a Revelação cristã e o que nos demonstram os saberes profanos. A razão e a fé, como diz o Papa S. João Paulo II, “constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade” (Encíclica “Fides et Ratio”, de 14 set. 1998, pr.), que a nossa alma é capaz de enxergar sob duas luzes distintas: a luz natural da razão e a luz sobrenatural da fé, infundida em nós por Deus e alimentada dia após dia pela correspondência à graça divina. Que S. Alberto Magno interceda por nós, e de modo particular pelos que se dedicam às ciências, e nos ajude a evitar tanto o racionalismo, que atribui à inteligência humana forças que ela não possui, como o fideísmo, “que não reconhece a importância do conhecimento racional e do discurso filosófico para a compreensão da fé” (S. João Paulo II, op. cit., n. 55) e para demonstrar os preâmbulos que preparam a nossa inteligência, iluminada pelo Espírito Santo, para assentir às verdades reveladas como convém à salvação.

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