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Homilia Dominical
24 Mai 2019 - 26:10

O Espírito Santo vos ensinará tudo

Não há dúvida de que Cristo Senhor, sendo a Palavra eterna de Deus feito carne, foi um professor perfeitíssimo, um pedagogo irretocável, e que ensinou a seus discípulos a doutrina celeste como ninguém jamais seria capaz de fazer. Mesmo assim, Ele diz no Evangelho deste domingo que será o Espírito Santo, e não Ele, a lhes ensinar e recordar tudo, conduzindo-os à plena verdade. O que isso significa na prática, é o que Padre Paulo Ricardo explica nesta homilia, já em clima de preparação para Pentecostes.
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Homilia Dominical - 24 Mai 2019 - 26:10

O Espírito Santo vos ensinará tudo

Não há dúvida de que Cristo Senhor, sendo a Palavra eterna de Deus feito carne, foi um professor perfeitíssimo, um pedagogo irretocável, e que ensinou a seus discípulos a doutrina celeste como ninguém jamais seria capaz de fazer. Mesmo assim, Ele diz no Evangelho deste domingo que será o Espírito Santo, e não Ele, a lhes ensinar e recordar tudo, conduzindo-os à plena verdade. O que isso significa na prática, é o que Padre Paulo Ricardo explica nesta homilia, já em clima de preparação para Pentecostes.
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 14, 23-29)

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou.

Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.

Ouvistes o que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Disse-vos isso, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis”.

1. A liturgia desta segunda parte do tempo da Páscoa, já tendo em vista a solenidade de Pentecostes, propõe-nos à meditação o Espírito Santo. No que é o ensinamento central do Evangelho deste domingo, Nosso Senhor diz aos Apóstolos: “Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito” (v. 26). Mais adiante, Ele será ainda mais claro e dir-lhes-á: “Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas não sois capazes de compreender agora. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, vos guiará em toda a verdade” (Jo 16, 12-13).

Ora, é fora de questão que Cristo Senhor, sendo a Palavra eterna de Deus que se fez carne, foi um professor perfeitíssimo, um pedagogo irretocável, e que ensinou a seus discípulos a doutrina celeste como ninguém jamais seria capaz de fazer. E, no entanto, esse a quem tantos (e com razão) chamavam “mestre”, esse de quem o Evangelho diz: “Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer” (Jo 1, 18), passa a outro a missão de ensinar a plenitude da verdade.

Esse “outro” é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo, e sem a sua ação Jesus quer nos dar a entender que não será possível compreender o ensinamento que Ele nos deixou. Não é que a mensagem de Nosso Senhor tenha ficado incompleta; é que, da parte do receptor da mensagem, se não houver a intervenção do Espírito, a Palavra não produz toda a eficácia que tem o poder de produzir.

2. Essa tragédia, infelizmente, não está distante de nossas vidas. Quantos de nós não vamos à igreja e, mesmo com fé, mesmo em estado de graça, mesmo seguindo todo o script da liturgia ou das nossas orações particulares de piedade, terminamos não vendo acontecer em nosso interior a transformação de que tanto gostaríamos? Nós que temos à nossa disposição, na mais humilde das igrejas, o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor para ser adorado, que temos feito dessa graça?

Os Apóstolos, simili modo, conviveram por três anos ininterruptos com Nosso Senhor, partilhando da mesma mesa que Ele… e, no entanto, que fizeram deste dom? Ao fim e ao cabo, só restou um discípulo aos pés da Cruz, enquanto um o havia traído, outro o havia negado e os outros nove haviam simplesmente fugido ou se escondido, clamorosamente.

O que acontece é que as pessoas ouvem a Palavra de Cristo, mas elas a ouvem na carne, sem ter o Espírito de Cristo. Elas têm perto de si Jesus sacramentado, as verdades de Deus ensinadas pela Igreja, mas a terra de seus corações, porque não foi fecundada com a graça do Paráclito, não é capaz de absorver toda a força que tem o Evangelho. Notem bem que a criatura mais perfeita que já houve, a Santíssima Virgem Maria, teve o próprio Deus encarnado vivendo por nove meses em seu seio, mas antes que isso acontecesse o Anjo anunciou-lhe: “O Espírito Santo descerá sobre ti” (Lc 1, 35). Não se encontra aqui, porventura, o grande segredo da santidade da Mãe de Deus?

3. A sequência Veni Sancte Spiritus, da Missa de Pentecostes, canta ao Divino Espírito: “Sine tuo numine, nihil est in homine, nihil est innoxium — Sem o vosso auxílio nada há no homem, nada de inocente.” A tradução litúrgica portuguesa diz: “Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele.”

As palavras de Cristo a seus discípulos no Evangelho hoje são para convencê-los justamente disso, e também para que eles desde já desejem sobre si a vinda do Defensor, sem o qual eles nada conseguirão fazer, sem o qual nenhuma de suas orações terá força e eficácia, sem o qual tudo o que eles disserem não passará de palavras jogadas ao vento.

Conscientes, pois, da necessidade que temos do Espírito, desejemo-lo ardentemente, invoquemos sem descanso a sua luz, a fim de compreendermos e colocarmos em prática a doutrina perene e imutável de Nosso Senhor. Não nos iludamos com uma ação do Espírito que “revolucione” o que a Igreja sempre e em todos os lugares ensinou; esperemos, sim, que ela revolucione nossa vidas, ao mesmo tempo que (e justamente porque) conserva as palavras de Cristo: Ele “vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.

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