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Texto do episódio
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O objetivo desta aula é ajudar tanto os que estão se preparando para a consagração à Virgem Santíssima como os que já são consagrados. A princípio, queremos deixar bem claro o seguinte: a consagração à Santíssima Virgem não é um “ato mágico”, mas uma espiritualidade. Notem, por isso, que São Luís de Montfort não deu ao seu livro o nome de Tratado da Verdadeira Consagração à Santíssima Virgem, mas o de Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Não basta, portanto, consagrar-se à Mãe de Deus; é necessário, sobretudo, viver essa devoção.

Na capítulo I do Tratado, São Luís fala que a devoção mariana será especialmente necessária para os últimos tempos. Vejamos, então, do que trata esse tema antes de adentrarmos às notas do verdadeiro devoto de Maria.

Os últimos tempos. — Quando observamos o desenvolvimento da história ao longo dos séculos mais recentes e prestamos particular atenção a tudo o que tem acontecido com a Igreja, percebemos que há uma clara tendência: o aprofundamento da crise de fé e o consequente abandono dela por parte dos cristãos. Diante de um quadro como esse, é, de certo modo, natural que muitos sofram com coisas como abusos litúrgicos, relativização da fé, etc. Porém, não podemos nos escandalizar, não podemos permitir que esses episódios abalem a nossa fé. 

Na verdade, um quadro como esse deve nos levar a pensar na segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, um tema difícil de abordar porque estamos sempre diante da tensão entre a vinda de Cristo no plano individual — ou seja, a morte e o juízo particular — e a parusia no plano coletivo — a saber: o fim da história com o retorno de Cristo e o Juízo Final. Apesar dessa dificuldade, não podemos ignorar o fato de esse tema ter sido tratado de forma clara não apenas por Nosso Senhor, mas também por São Paulo, por diversos Santos e Padres da Igreja e, mais recentemente, pelo próprio Catecismo da Igreja Católica

Em certo sentido, estamos vivendo os últimos tempos desde a era apostólica. São Paulo, por exemplo, diz abertamente na Carta aos Hebreus: “Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio do Filho” (1, 2). Ora, se há dois mil anos São Paulo afirmava que já estavam nos últimos tempos, é evidente que hoje estamos ainda mais próximos desse momento, mesmo que não possamos determinar exatamente quando ele ocorrerá.

A esse respeito, o Catecismo da Igreja Católica diz o seguinte: 

Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes. A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra, porá a descoberto o “mistério da iniquidade”, sob a forma duma impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à custa da apostasia da verdade (...). A Igreja não entrará na glória do Reino senão através dessa última Páscoa, em que seguirá o Senhor na sua morte e ressurreição. O Reino não se consumará, pois, por um triunfo histórico da Igreja segundo um progresso ascendente, mas por uma vitória de Deus sobre o último desencadear do mal, que fará descer do céu a sua Esposa (n. 675-677).

A Igreja, portanto, sabe o que ocorrerá nos últimos tempos: haverá uma grande apostasia, a Igreja passará por uma aparente morte aos olhos dos homens, e frente a tal realidade, a melhor atitude que podemos adotar é a plena confiança em Nosso Senhor, porque Ele, ao falar do fim dos tempos, disse que todas aquelas coisas ocorreriam justamente para nos fortalecer na fé. Temos de aceitar o sofrimento decorrente de uma situação tão dramática e, ao mesmo tempo, confiar nas palavras de Nosso Senhor, pois Ele é o Senhor da História e sabe perfeitamente o bem que poderá tirar dos acontecimentos trágicos que assolam a Igreja. Afinal de contas, essas coisas são necessárias para a nossa purificação.

Partindo, então, desses fatos estabelecidos pelo próprio Magistério da Igreja, recorramos a São Luís a fim de obtermos um direcionamento bastante prático para estes últimos tempos. Ele que, por seu dom profético, previu o plano de Satanás para esconder o Tratado num baú, deve agora nos ajudar a enfrentar essa situação também anunciada em sua obra.

Uma inimizade irreconciliável. — No Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, São Luís nos diz quais serão as características daqueles que, pela graça de Deus, permanecerão fiéis à Igreja durante a tribulação final, e como isso se relaciona com a primeira maldição presente na Sagrada Escritura, no capítulo 3 do livro do Gênesis: “Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (v. 15).

Essa inimizade é a mesma que está descrita no capítulo 12 do livro do Apocalipse. Trata-se, como diz São Luís, de uma inimizade estabelecida por Deus, “inimizade irreconciliável, que não só há de durar, mas aumentar até ao fim: a inimizade entre Maria, sua digna Mãe, e o demônio; entre os filhos e servos da Santíssima Virgem e os filhos e sequazes de Lúcifer”  (Tratado, n. 51). 

Aqui é importante chamar a atenção para o fato de que tal inimizade aumentará até o fim, pois muitas pessoas têm a ilusão de que o mundo acolherá e aceitará os seguidores de Cristo. Nada mais distante da realidade. Se o Amor encarnado foi morto, por que achamos que algo diferente sucederá conosco?

Mas a pergunta crucial que temos de nos fazer é: no momento do triunfo final, de que lado estaremos? Para permanecermos do lado certo, não há caminho mais seguro do que a devoção a Nossa Senhora. A inimizade que Deus mesmo pôs entre a Virgem Santíssima e Satanás faz com que Ela tenha um poder sobre Lúcifer. Diz São Luís: 

Ele lhe deu até, desde o paraíso, tanto ódio a esse amaldiçoado inimigo de Deus, tanta clarividência para descobrir a malícia desta velha serpente, tanta força para vencer, esmagar e aniquilar esse ímpio orgulhoso, que o temor que Maria inspira ao demônio é maior que o que lhe inspiram todos os anjos e homens e, em certo sentido, o próprio Deus (...). Satanás, porque é orgulhoso, sofre incomparavelmente mais, por ser vencido e punido pela pequena e humilde escrava de Deus, cuja humildade o humilha mais que o poder divino; segundo, porque Deus concedeu a Maria tão grande poder sobre os demônios, que, como muitas vezes se viram obrigados a confessar, pela boca dos possessos, infunde-lhes mais temor um só de seus suspiros por uma alma, que as orações de todos os santos; e uma só de suas ameaças que todos os outros tormentos (Tratado, n. 52).

Como é que devemos, então, viver isso na prática? As duas marcas inequívocas dos apóstolos dos últimos dias serão a profunda devoção à Santíssima Virgem e a humildade: 

Eles serão pequenos e pobres aos olhos do mundo, e rebaixados diante de todos como o calcanhar em comparação com os outros membros do corpo. Mas, em troca, eles serão ricos em graças de Deus, graças que Maria lhes distribuirá abundantemente. Serão grandes e notáveis em santidade diante de Deus, superiores a toda criatura, por seu zelo ativo, e tão fortemente amparados pelo poder divino, que, com a humildade de seu calcanhar e em união com Maria, esmagarão a cabeça do demônio e promoverão o triunfo de Jesus Cristo (Tratado, n. 4).

A devoção à Santíssima Virgem é sinal de humildade. Vamos a Cristo por Maria porque não somos dignos de ir diretamente até Ele. Essa humildade é bem representada na descrição sobre o ataque da serpente ao calcanhar de Maria. O calcanhar é uma parte humilde do corpo, pois pisamos nele o dia inteiro. A cabeça da serpente, por sua vez, é a parte mais orgulhosa. Esse calcanhar que esmaga a cabeça da serpente somos nós, desde que sejamos humildes e profundamente devotos da Santíssima Virgem. Temos, pois, de nos preparar por meio de uma verdadeira, humilde e intensa devoção àquela a quem foi confiada a tarefa de esmagar a cabeça da serpente.

O confronto final. — Tal preparação servirá para o grande confronto dos últimos dias, que o apóstolo São João descreve no livro do Apocalipse. Aqueles que se mantiverem fiéis até o fim, verão a queda da grande Babilônia (cf. Ap 18, 1ss). Nesse ínterim, a impiedade crescerá progressivamente até que, de súbito, sucumbirá. De nossa parte, caberá a perseverança, o sacrifício e a oração. No mesmo livro, São João nos diz claramente que a Igreja terá um papel importantíssimo nesses fatos: “Foi-lhe dado revestir-se de linho puríssimo e resplandecente. (Pois o linho são as obras justas dos santos.)” (Ap 19, 8)  Essas obras deverão ser feitas durante a perseguição da Igreja. E à medida que os filhos da Virgem Santíssima lutarem contra a descendência de Belial, eles irão tecendo com suas obras e virtudes o linho fino e brilhante. 

Com efeito, São Luís mostra como essa devoção deve forjar valentes combatentes pelo Reino de Deus:

Mas quem serão esses servidores, esses escravos e filhos de Maria? Serão ministros do Senhor ardendo em chamas abrasadoras, que lançarão por toda a parte o fogo do divino amor. Serão “sicut sagittae in manu potentis” (Sl 126, 4) — flechas agudas nas mãos de Maria toda poderosa, pronta a traspassar seus inimigos. Serão filhos de Levi, bem purificados no fogo das grandes tribulações, e bem colados a Deus, que levarão o ouro do amor no coração, o incenso da oração no espírito, e a mirra da mortificação no corpo e que serão em toda parte para os pobres e os pequenos o bom odor de Jesus Cristo, e para os grandes, os ricos e os orgulhosos do mundo, um odor repugnante de morte (Tratado, n. 56). 

A súplica pela descendência da Mulher. — Para fomentar o surgimento desses apóstolos, o santo redigiu uma prece que ficou conhecida como Oração Abrasada de São Luís, e foi dedicada aos filhos da Santíssima Virgem. Nela encontramos uma descrição ainda mais detalhada desses apóstolos que prepararão o linho fino da Igreja. Mais uma vez, os dois grandes traços que sobressaem são a humildade e a pobreza

Quando e como essas coisas acontecerão? Ninguém o sabe, diz São Luís, mostrando-se assim em perfeita sintonia com o Magistério da Igreja. Só podemos ter certeza da existência das inimizades entre a descendência de Maria e a de Satanás. Temos nos três pastorinhos de Fátima um exemplo perfeito de como devem ser os apóstolos dos últimos tempos, pois eles foram pobres e humildes, perseveraram em meio ao sofrimento e foram fiéis até o final. Portanto, não nos escandalizemos, mas perseveremos!

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