Todos os sacrifícios do Antigo Testamento eram sombra das coisas futuras, pois prefiguravam o sacrifício que Nosso Senhor Jesus Cristo, sumo e eterno sacerdote, ofereceu de uma vez para sempre no altar da Cruz. Por este sacrifício cruento, deu-se plena satisfação dos pecados do homem e adquiriu-se com tal abundância o mérito necessário à nossa salvação, que nem aos méritos do Redentor se pode acrescentar coisa alguma nem há outra hóstia, acima ou independentemente dos frutos deste sacrifício, da qual ainda se possa esperar a satisfação e a redenção dos homens.
Contudo, a plenitude de méritos e satisfações consumada pelo sacrifício cruento do Calvário não exclui ou impede a existência de um sacrifício perene por meio do qual sejam aplicados continuamente os seus frutos; antes, pelo contrário, se existe um tal sacrifício, por ele se manifesta ainda mais a inesgotável eficácia do sacrifício oferecido uma só vez por Jesus Cristo. Eis por que o Senhor quis instituir o sacrifício da Eucaristia, representação atual e verdadeira do sacrifício por Ele realizado na Cruz, a fim de que a sua memória permanecesse até o fim dos tempos e a sua virtude salvífica fosse aplicada em...