Ao longo desta primeira parte do curso, como dissemos no final da aula passada, buscaremos compreender melhor o mistério da presença de Jesus na Eucaristia. Antes de tudo, é costume dizer que se trata de uma presença verdadeira e real, não porque as outras sejam “falsas” e “irreais”, mas porque tem algumas peculiaridades que a distinguem delas. Para entendê-lo corretamente, demos um passo atrás e vejamos em grandes linhas que outras formas de presença são essas.
Como ensinam as Escrituras, Deus está em todas as coisas (cf. Sl 138,5-12; Jr 23,24; At 17,27; Rm 11,26; Ef 4,6; Is 26,12); mas, sendo Ele espírito puro e simples, superior a tudo quanto é ou pode ser, não está presente nas criaturas nem como parte de sua essência, ao modo de matéria ou forma, nem como acidente. Resta dizer, portanto, que Deus está nas coisas como o agente está naquilo em que age, embora não por contato corpóreo, ou como causa no efeito que dela decorre.
Dito isto, os modos de onipresença divina, segundo a maioria dos teólogos, podem ser distribuídos nas seguintes categorias:
a) Presença por essência, não no sentido de ser parte constitutiva das criaturas, mas por ser causa...