Vimos já, nas últimas duas aulas, o dogma fundamental da fé eucarística: Nosso Senhor Jesus Cristo, em corpo, sangue, alma e divinidade, está real e substancialmente presente sob as espécies ou aparências de pão e de vinho. Trata-se de uma verdade claramente atestada não só pelo magistério da Igreja e pela sagrada Tradição, mas pela própria Escritura. Por isso nos detivemos na aula passada em examinar o testemunho mais antigo sobre a presença real: o capítulo 23 da primeira carta de São Paulo aos coríntios, onde o Apóstolo, a fim de explicar a gravidade da comunhão indigna, remete às palavras da instituição: Isto é o meu corpo, Este é o cálice do meu sangue, que supõem ser Cristo mesmo aquele a quem se recebe na Eucaristia.
Mas a Igreja não crê apenas que o Senhor está presente sob as espécies sacramentais. Crê também que essa presença se dá de um modo não menos admirável e espantoso, chamado tradicionalmente de transubstanciação. Ouçamos primeiro o que a este respeito declarou o Concílio de Trento em sua 13.ª Sessão, capítulo 4:
[…] porque Cristo, nosso redentor, disse que aquilo que oferecia sob a espécie do pão (cf. Mt 26,26-29; Lc 22,19s; 1Cor 11,24-26) era...