Vimos na aula passada que existem diversas formas de presença de Deus, entre as quais se conta, como a mais íntima e inefável, a união hipostática. Em virtude dela, o Verbo divino está presente em uma natureza humana unida a si substancialmente. Vimos também que o Filho encarnado, para perpetuar pelos séculos sua presença entre os homens não só quanto à divindade, mas também quanto à humanidade, instituiu a santíssima Eucaristia.
De fato, a Encarnação, realizada tão-logo a Virgem Maria disse sim às palavras do anjo, e a passagem de Cristo em carne visível nos seus dias sobre a terra (Hb 5,7) foram acontecimentos históricos irrepetíveis. Ao subir aos céus, Jesus deixou de estar presente no mundo como estivera com os Apóstolos e seus discípulos, e para não privar de sua presença divino-humana os que haviam de crer sem ter visto (cf. Jo 17,20), confiou à Igreja o sacramento de seu corpo e sangue, que há de existir até a vinda gloriosa do Senhor.
Não se trata, como talvez pensem alguns, de uma “invenção herética” do catolicismo, mas de uma invenção salvífica do próprio Redentor, nascida de suas entranhas de misericórdia. Ora, que ele possa estar realmente presente...