Em seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, São Luís Maria Grignion de Montfort (1673-1716) apresenta-nos um caminho de santidade que, além de contar com a aprovação da Igreja, foi recomendado e seguido por figuras de grande envergadura espiritual, como São Pio X e São João Paulo II. Não se trata, porém — como talvez pudéssemos ser levados a pensar —, de um método de santificação “inventado” por São Luís. A perfeita consagração a Maria, na verdade, é obra do próprio Cristo, que pouco antes de expirar entregou sua Mãe Santíssima aos cuidados do discípulo amado: “Mulher, eis aí o teu filho” (Jo 19, 26).
O Tratado que São Luís nos legou como preciosa herança não é mais do que um instrumento, uma arma espiritual com que, tomando posse daquilo que o Senhor Jesus nos entregou aos pés da cruz, fazemos frente a Satanás e nos consagramos sem reservas à Rainha sob cujos pés foi esmagada a cabeça da antiga serpente (cf. Gn 3, 15). Ora, é tão poderosa a eficácia desta peça de combate que São Luís mesmo profetiza que as forças do Inferno, que tremem ao ouvir o nome de Maria, fariam de tudo para esconder do mundo o seu pequeno livro:
Vejo no futuro — escreve —...