A Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, do Concílio Vaticano II, afirma que todos os membros da Igreja, “quer pertençam à Hierarquia, quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade” (n. 39). Ora, se é esta a nossa vocação, de que maneira as devoções, em especial a devoção à Virgem Santíssima, podem ajudar-nos a vivê-la plenamente e a alcançar, de fato, aquela perfeição da caridade que é o ápice e como que o coroamento de toda a vida cristã? É sobre isto que nos debruçaremos na presente aula.
Em primeiro lugar, nunca é bastante lembrar que, quando falamos de devoção mariana, e particularmente do método de consagração proposto por São Luís Maria Grignion de Montfort, não nos estamos referindo a uma prática “mágica”. Nem o uso do escapulário ou da Medalha Milagrosa nem a recitação de umas tantas fórmulas, mesmo ao longo de uma vida inteira, têm por si sós o condão de “comprar-nos” o céu. Sem a devoção interior e substancial, da qual falamos na aula passada, e um esforço sincero e constante por mudar de vida, conformando-se às exigências do Batismo, toda e qualquer prática devocional exterior se reduz a um corpo sem alma, a uma matéria sem forma.
Há,...