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Memória de São Carlos Lwanga e companheiros mártires

O exemplo dos mártires Carlos Lwanga e seus 21 companheiros nos recorda que devemos obedecer antes a Deus que aos homens, e que nada nesta vida justifica entregar nossos corpos ao pecado, pois com isso precipitamos nossa alma no inferno.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 12, 18-27)

Naquele tempo, vieram ter com Jesus alguns saduceus, os quais afirmam que não existe ressurreição e lhe propuseram este caso: “Mestre, Moisés deu-nos esta prescrição: Se morrer o irmão de alguém, e deixar a esposa sem filhos, o irmão desse homem deve casar-se com a viúva, a fim de garantir a descendência de seu irmão”. Ora, havia sete irmãos: o mais velho casou-se, e morreu sem deixar descendência. O segundo casou-se com a viúva, e morreu sem deixar descendência. E a mesma coisa aconteceu com o terceiro. E nenhum dos sete deixou descendência. Por último, morreu também a mulher. Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de quem será ela mulher? Porque os sete se casaram com ela!”

Jesus respondeu: “Acaso, vós não estais enganados, por não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus? Com efeito, quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu. Quanto ao fato da ressurreição dos mortos, não lestes, no livro de Moisés, na passagem da sarça ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos! Vós estais muito enganados”.

A Igreja celebra hoje a memória de S. Carlos Lwanga, que, com outros 21 companheiros, concluiu a vida no fim do séc. XIX com a coroa de um duplo martírio: a do pudor e a da religião. O beato Carlos e os que com ele foram martirizados pertenciam à corte de Mwanga II, rei de Buganda de 1884 a 1897 que empreendeu uma feroz perseguição contra os cristãos, vistos como uma ameaça para o reino ugandês. Não foi, porém, apenas o ódio à fé o que os levou à morte; foi também o ódio à santa pureza. Mwanga II, com efeito, possuía um grande harém masculino, composto pelos pajens da corte, que, segundo as tradições do reino, estavam obrigados a satisfazer os desejos do monarca. Pagão de mente e coração, Mwanga II não podia compreender a doutrina cristã sobre a moral sexual, eterna pedra de tropeço para o mundo, nem aceitar a menor desobediência de seus súditos. Por isso, em 1886, o rei deu um ultimato a todos os que se professavam católicos: ou renegar a fé, submetendo-se aos seus caprichos sexuais, ou a morte. Sem temer as ameaças do rei, e entregando seus corpos antes a Deus que ao pecado, S. Carlos e seus companheiros preferiram suportar quaisquer tribulações e, com enorme coragem, triunfar do mundo com Jesus Cristo. Assim, o beato Carlos, que se recusou a abrasar os vícios do rei, foi queimado vivo, merecendo ser morto primeiro que os outros. — Que a morte destes valorosos heróis da fé, que mereceram, por sua fidelidade a Cristo e pelo testemunho da mais perfeita castidade, as honras triunfais que reserva Deus aos seus mártires, nos encha de coragem para fazermos frente, com santa intransigência, aos ataques do mundo à nossa fé e à moral sexual da Igreja.

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