CNP
Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®
Texto do episódio

Texto do episódio

imprimir

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt
9, 4-17)

Naquele tempo, os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: "Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?" Disse-lhes Jesus: "Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.

Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam".

Cada pequeno detalhe do Evangelho contém uma verdade salvífica capaz de, iluminando nossos passos no desterro da terra, dirigir-nos para a nossa pátria bem-aventurada no Céu. Nesse sentido, a leitura de hoje, que nos faz saber de mais uma polêmica entre Jesus e os fariseus, tem muito a nos dizer sobre o verdadeiro significado de uma prática quase esquecida: o jejum. Em primeiro lugar, Cristo nos recorda que, durante a Antiga Aliança, uma das funções do jejum era simbolizar a espera pelo Esposo, porque é dEle — de Cristo Senhor — que a humanidade tem verdadeiramente fome e sede. Essa expectativa pelo Messias, vivenciada concretamente por meio da abstenção de todo alimento, é vivida por nós antes da comunhão, para a qual nos preparamos mediante o jejum eucarístico. O tempo de fome por que passamos antes de comungar, com efeito, faz-nos como que experimentar a mesma "fome" que os varões do Antigo Testamento nutriam pelo Salvador prometido. Ao vir, enfim, o Esposo se nos apresenta como alimento e bebida: "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim", diz, "não terá mais fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede" (Jo 6, 35); e pouco mais à frente: "A minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida" (Jo 6, 55).

A comparação dos panos e dos remendos, por sua vez, nos recorda que é apenas pela renovação no Espírito Santo, que nos orna com seus sete dons sagrados, que podemos nos configurar às dores salvíficas de Jesus e às exigências espirituais de uma vida autenticamente cristã (cf. São João Crisóstomo, In Matthæum, Hom. XXX, 4). "Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha", ou seja, sem a regeneração do Batismo e o começo da vida da graça em nós, que valor têm as boas obras, os sacrifícios, os jejuns e as mortificações? "Porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda", quer dizer, temos de deixar a vida do homem velho (cf. Ef 4, 22) e, renovados no e pelo Espírito, nos unirmos ao Corpo Místico de Cristo — que é a Igreja —, comparado muitas vezes com a túnica inconsútil do Redentor. Despojemo-nos, pois, dos trapos de nossos vícios e pecados; peçamos a Deus, que nos fez nascer de novo para a verdadeira vida, que nos revista de sua graça e derrame em nossos corações de carne o "vinho novo" da caridade celeste. Não nos esqueçamos, por fim, de pedir à nossa Mãe do Céu que interceda por nós e nos torne cade vez mais configurados Àquele que não rejeitou nascer de seu seio virginal.

Material para Download
Texto do episódio
Material para download
Comentários dos alunos

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.