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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 17,10-13)

Ao descerem do monte, os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?” Jesus respondeu: “Elias vem e colocará tudo em ordem. Ora, eu vos digo: Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles”. Então os discípulos compreenderam que Jesus lhes falava de João Batista.

Nestes dias da novena de Natal, gostaríamos de conduzir uma breve reflexão a respeito do famoso hino de Santo Afonso Maria de Ligório, Tu scendi dalle stelle, “Tu desces das estrelas”. É um hino que quer preparar o nosso coração para o nascimento redentor de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Vamos, então, refletir sobre a primeira estrofe. Vou ler uma tradução que segue as ideias do texto, mas que, infelizmente, não é uma tradução que se possa cantar; serve apenas para transmitir as ideias teológicas e espirituais de Santo Afonso.

Ele diz: “Tu desces das estrelas, ó Rei do céu, e vens numa gruta, no frio e no gelo. Ó meu divino Menino, eu te vejo aqui a tremer. Ó Deus bendito, quanto te custou o teu amor por mim”. É interessante notar que, desde a primeira estrofe, Santo Afonso fala do nascimento de Jesus como encarnação redentora; ou seja, Jesus vem para sofrer por nós, e o sofrimento — a marca da cruz — já está no presépio.

No presépio, Deus, que vive a sua felicidade, aqui simbolizada poeticamente pelas estrelas, vem numa gruta, portanto na pobreza, no frio e no gelo. O Menino divino está tremendo de frio, e nessa figura de desamparo Santo Afonso vê o Redentor que sofre por nós. E exclama: “Ó Deus bendito, quanto te custou o teu amor por mim”.

Para entender o que Santo Afonso está dizendo, é importante ter noção de que aquela criança no presépio é homem igual a nós em tudo, exceto no pecado; mas é um homem que recebeu uma missão divina. É a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que se fez homem e veio a este mundo para nos amar.

Isso significa que, desde o ventre de Nossa Senhora, Jesus pensava em você e o amava. Você não vai conseguir rezar o Tu scendi dalle stelle, se não entender a teologia que está por trás dele. É a teologia da Igreja.

Veja, por exemplo, o que diz o Papa Pio XII na Encíclica Mystici corporis, número 75: “Pela visão beatífica que Jesus gozou, apenas concebido no seio da Mãe Santíssima, tem continuamente presente todos os membros de seu Corpo místico e a todos abraça com amor salvífico”.

É um Papa, numa Encíclica, dizendo o que é a fé dos santos. Jesus, na sua alma humana, sofreu porque precisava sofrer; mas era necessário que Ele recebesse a graça especial de poder contemplar em Deus a cada um de nós, por quem estava sofrendo; portanto, desde o útero de Maria, Jesus pensava em você.

Ele não pensava na humanidade “em geral”, numa ideia difusa; Jesus, no ventre de Maria, não estava na “imersão oceânica” de uma criança inconsciente. Nada disso. Desde o primeiro instante do nascimento, quando começa a sofrer as vicissitudes da vida humana, Ele já está sofrendo por você.

Então, que nos resta senão exclamar junto com Santo Afonso: “Ó Deus bendito, quanto te custou o teu amor por mim”, — “O Dio beato! Ah, quanto ti costò l’avermi amato”.

Que maravilha ser amado assim! É a este amor que queremos corresponder.

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