Em quase todas as culturas é possível encontrar referências, em contextos ora mitológicos e lendários, ora religiosos e cultuais, à existência de puros espíritos.
Isso, que de modo geral se pode dever a uma “intuição” espontânea da inteligência humana ou, provavelmente, à sobrevivência de elementos da revelação primitiva, é para a Igreja Católica uma verdade fundamental, que, como os outros artigos da fé, não pode ser negada sem pôr em risco todo o edifício da doutrina cristã.
Ao contrário das outras religiões, o ensinamento da Igreja a respeito dos espíritos angélicos não é nem uma simples opinião ou tradição cultural, por basear-se na revelação pública e, consequentemente, na autoridade de Deus relevante, nem uma doutrina aberta a múltiplas e variadas interpretações, por estar definida — ao menos em suas linhas centrais — pelo magistério eclesiástico.
A Igreja, com efeito, professa no Credo niceno-constantinopolitano que Deus é “criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis”, isto é, tanto do mundo material, captável por nossos sentidos externos, quanto do mundo imaterial, que só podemos conhecer pela inteligência iluminada pela...