Entre os espíritos da sociedade celeste, não são só os anjos da guarda que recebem da Igreja um culto especial, seja na liturgia, que os celebra no dia 2 de outubro, seja na piedade popular, com suas famosas orações como o Santo Anjo do Senhor, que todos aprendemos a rezar na infância antes de dormir. Também os arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, os únicos expressamente nomeados pela Escritura [1], são objeto de uma veneração particular, tanto pela importância que a Bíblia lhes confere como pela liturgia, que os celebra no dia 29 de setembro [2], e inúmeras tradições e devoções populares.
Por isso não poderíamos concluir esse capítulo sobre os santos anjos sem fazer uma referência particular aos três. Vejamos cada um deles:
1) Miguel (“Quem como Deus?”). — Seu nome ecoa o grito com que, no Apocalipse, ele derrotou pela humildade a soberba de Satanás: “Houve no céu uma batalha: Miguel e os seus anjos pelejavam contra o Dragão, e o Dragão com os seus anjos pelejava contra ele; porém estes não prevaleceram, nem o seu lugar se encontrou mais no céu” (Ap 12, 7s). A Escritura o apresenta como enviado e protetor de Israel, o que implica que ele pertence à...