Vimos ser dogma de fé que os anjos existem e foram criados por Deus do nada (ex nihilo). Em seguida, assinalamos algumas características que a Sagrada Escritura atribui a eles, como ser ministros de Deus e criaturas superiores aos homens, embora possam ser enviados à terra para exercer algum ministério.
Já na terceira aula demos uma definição de “anjo”, da qual queremos agora extrair algumas conclusões. Antes disso, lembremos qual é a natureza dos anjos, isto é, aquilo que os caracteriza essencialmente, distinguindo-os das outras coisas. Pois bem, os anjos são substâncias meramente espirituais (ou puros espíritos), não unidas naturalmente a nenhum corpo nem ordenadas — como é o caso da alma humana — a informar qualquer matéria.
Não existe a esse respeito nenhuma definição magisterial expressa e direta. Além disso, alguns Santos Padres, para explicar como os anjos podem aparecer aos homens, lhes atribuíram certo “corpo sutil” ou “etéreo” — doutrina hoje rejeitada —, enquanto outros permaneceram em dúvida quanto à incorporeidade deles. Por isso, dizem alguns autores que a pura espiritualidade dos anjos não constitui um dogma de fé.
No entanto, uma vez que o...