Vimos anteriormente que a existência dos anjos é uma verdade de fé católica definida, atestada nas Escrituras, proclamada pela unanimidade da Tradição e ensinada pelo magistério da Igreja [1]. Vimos também que todos os anjos foram criados bons e ainda o são enquanto têm certa natureza, embora alguns deles livremente se tenham tornado maus.
Por serem puramente espirituais — sobre o que voltaremos mais adiante —, os anjos são superiores aos homens, compostos de corpo e alma, mas infinitamente inferiores a Deus. Resumo de toda a criação, o homem têm em comum com eles as potências espirituais (inteligência e vontade). Ao lado dos minerais, vegetais, brutos e do próprio ser humano, os anjos completam a ordem do universo, constituída por criaturas com graus distintos e progressivamente elevados de perfeição e imaterialidade.
Necessitamos agora de uma definição mais precisa dessas criaturas, as mais elevadas em toda a criação. Por isso, é conveniente ter delas um conceito ao menos aproximativo, para buscarmos em seguida uma caracterização mais adequada.
Pois bem, o que em grego se diz ἄγγελος e em latim angelus significa “enviado”, “núncio”, “mensageiro” [2]....