Na aula passada, vimos a divisão dos anjos em três hierarquias, nas quais se distribuem em razão do modo como são iluminados por Deus.
Os da primeira hierarquia — recapitulemos — são aqueles que, colocados na “antecâmara” da divindade, haurem suas luzes imediatamente de Deus. Os da segunda são aqueles que, iluminados pelos anjos superiores, conhecem as coisas em suas causas criadas mais universais. Os da última são aqueles que, iluminados pelos anjos médios, conhecem as coisas em suas causas singulares e próximas.
Cada uma dessas hierarquias, como já foi dito, se divide em três ordens ou coros segundo diferentes ofícios ou atos. Por isso, temos ao todo nove ordens angélicas, conhecidas por nomes tirados da Escritura (cf. Ef 1, 21; Col 1, 16; 1Ts 4, 16; Jd 9). Contudo, não podemos afirmar com certeza que haja somente nove ordens. Afinal, o próprio São Paulo, depois de enumerar quatro coros, acrescenta: “Acima de todo o nome que é nomeado, não só neste século, mas também no futuro” (Ef 1, 21), o que permite supor que haja ordens cujos nomes nem sequer conhecemos [1].
Seja como for, alguns autores dão como razão de conveniência para o número nove o...