Até o século VI, a região da Península Arábica era habitada predominantemente por tribos nômades. Eram poucas as comunidades que sobreviviam de agricultura e não havia nada que unisse social ou politicamente esses grupos.
Nasce, então, em 570, na cidade de Meca – região da atual Arábia Saudita –, o fundador da religião islâmica, Maomé (Muhammad, em árabe). Órfão de pai e de mãe desde muito cedo, o menino é educado pelos beduínos e, depois, pelos próprios parentes. Com 25 anos, casa-se com uma viúva, de nome Cadija, cuja visão religiosa provavelmente exerceu forte influência sobre ele [1]. Cadija era ebionita; fazia parte de uma seita que aceitava a Torá e reconhecia Jesus como um profeta, mas não como Deus.
Em 610, durante um de seus retiros espirituais, Maomé começa a receber supostas revelações do Arcanjo Gabriel, as quais ele anota no Alcorão (Al-Qur'an, em árabe). O livro sagrado da religião islâmica, dividido em suratas, é organizado decrescentemente, de acordo com a sua extensão, e não serve como fonte para conhecer a vida de Maomé, sendo necessário recorrer a outras tradições islâmicas – como as Hadith – para descobrir a sua biografia.
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