Para fazer um juízo abalizado a respeito das universidades – as quais são comumente apresentadas como uma grande façanha da Igreja Católica [1] –, é importante adentrar a área da educação e retroceder alguns séculos na história. Só assim se pode compreender o que significou realmente a sua criação.
Na Idade Antiga, foi a civilização grega que se aperfeiçoou em matéria educacional, muito embora os gregos nunca idealizassem uma educação para todos, mas restringissem a formação intelectual a uma parcela ínfima da sociedade. A primeira escola fixa, tal como é entendida hoje, surgiu com Pitágoras († ± 500 a.C.), discípulo de Tales de Mileto († ± 557 a.C.). Nessa tradição, surgiram depois a Academia de Platão († ± 348 a.C.) e o Liceu de Aristóteles († 322 a.C.). Nelas, as pessoas entravam para se educar pelo resto de suas vidas, sem se preocuparem com diploma ou graduação. (Nessa época, o ensino de medicina, arquitetura e outras profissões mais técnicas era feito diretamente com os profissionais dessas áreas.)
Paralelamente a esse fenômeno, a democracia ateniense via nascer também o ensino da retórica. Diferentemente das escolas filosóficas, as quais eram permanentes...