Em 768, após a morte de Pepino, o Breve, o reino franco foi dividido entre os seus filhos, Carlomano e Carlos. Com o falecimento prematuro do primeiro, em 771, todo o território franco ficou sob o império de Carlos (742-814), que se sobressaiu como um grande homem, merecendo o título de “magno" e de “pater Europae" (pai da Europa), dado por seus próprios contemporâneos, como lembrou o Papa São João Paulo II [1].
Logo no começo de seu reinado, Carlos Magno entabula uma relação de proximidade com o Papa Adriano I, fixando uma aliança política e espiritual em comum. “O gênio deste homem e a grandeza do seu caráter – escreve Daniel-Rops – mostram-se com mais clareza exatamente no fato de este guerreiro quase inculto ter compreendido a importância da obra civilizacional, e de se ter consagrado a ela pessoalmente" [2]. Olhando para os escombros do Império Romano, Carlos enxergou a importância de edificar uma cultura, muito além da simples liderança dos francos. Por isso, ele enviou emissários aos quatro cantos da Europa e, em sua “Escola palatina", congregou inúmeros sábios, a fim de educar a sua família e a nobreza da época nas linhas da sabedoria antiga. Os seus...