Após a invasão viking, a Europa foi totalmente fragmentada. Diferentemente da Inglaterra, que resistiu bem à invasão dos vikings, mantendo e ampliando a sua unidade política, o resto do continente viu pequenos senhores de terra organizarem e fortificarem seus próprios castelos, em um fenômeno que ficou conhecido como feudalismo. Por meio de alianças de "vassalagem", os servos da gleba prestavam fidelidade e trabalhavam para os seus suseranos, enquanto estes ofereciam-lhes proteção e moradia.
Para resistir aos bárbaros nórdicos – muito mais cruéis que os que fizeram cair o Império Romano –, muitos monges e bispos encastelaram os próprios mosteiros e ambientes eclesiásticos, copiando o modelo feudal vigente na Europa. Isso fez o poder temporal mesclar-se ao da Igreja, de várias formas.
"A secularização dos bens da Igreja, essa doença do século IX, continua e ultrapassa em gravidade o que se viu no tempos dos merovíngios. Generaliza-se o preenchimento dos cargos eclesiásticos pelos poderes civis, prática já muito cara a Carlos Magno. Chega-se, pois, ao cúmulo daquele erro que há cinco séculos vinha ameaçando continuamente a sociedade cristã: a intromissão do poder...