As três visões do jovem Francesco
Na última aula, falamos da vida do jovem Francesco Forgione até seus catorze anos, às vésperas de sua entrada para o noviciado. Agora, prosseguindo com os fatos relevantes dessa época, vamos ver que, apesar de evidente eleição desse rapaz — que desde a tenra idade tinha visões carismáticas e tinha por melhor amigo o anjo da guarda — e apesar da já manifesta santidade desse menino — que, desde os dez dormia em travesseiro de pedra e se recolhia no torreone, uma espécie de sótão da sua humilde casa, para rezar e se penitenciar — veremos que, apesar de tudo isso, ele teve certa dificuldade para abandonar o mundo, que para ele era a casa dos pais, e entrar definitivamente para a vida religiosa.
Diga-se que, para nós, essas dificuldades enfrentadas por uma criatura tão especial nos servem de grande consolo. Vemos nesse exemplo que os santos são também humanos, têm sentimentos e passam por lutas interiores que não são necessariamente heroicas, como essa luta para deixar a companhia dos pais e irmãos e entrar para o serviço de Deus. Santa Teresa D’Ávila, de modo semelhante, disse, quando entrou para a Ordem do Carmelo, que era como se...