As biografias do Padre Pio apontam que o final do pontificado de Pio XII marca o início da segunda grande perseguição. Adotaremos também essa marca, mas cientes de que seja uma divisão meramente convencional. Porque — e é preciso deixar claro — o seu verdadeiro perseguidor, seu verdadeiro inimigo, aquele que realmente queria vê-lo destruído, do começo ao fim da vida, era o diabo — e ele, até o último dia, jamais lhe deu trégua.
O Padre Agostinho de San Marco in Lamis, em setembro de 1952, nos tempos da liberdade garantida por Pio XII, disse sobre o seu dirigido espiritual: “A guerra externa de pessoas ligadas a Satanás continua…” [1]. Ou seja, não tinha um Papa perseguindo, mas o demônio, verdadeiro persecutor, tinha lá seus secretários. E o diretor acrescenta: “...mas o padre vai para frente em nome de Deus, como se nada lhe dissesse a respeito por enquanto” [2]. Quer dizer, em sua fortaleza, ele seguia adiante, mesmo que “il suo animo è amareggiato”, ou seja, que sua alma estivesse amargurada, desgostosa. Internamente, seu sofrimento nunca cessou.
Em novembro de 1956, ano da inauguração do hospital — ocorrida em maio —, o mesmo Padre Agostinho...