Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 6, 35-40)
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: "Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei.
Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia".
Damos hoje continuidade ao sexto capítulo do Evangelho segundo João, decerto o mais eucarístico de todos. Já pudemos assistir à multiplicação dos pães e dos peixes; agora, após a travessia do mar de Tiberíades, vemos Jesus falar às multidões sobre o pão da vida. Antes de mais, deve-se notar que, assim como a Missa se divide em duas grandes partes (Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística), também esse discurso do Senhor se articular em torno de dois eixos principais: em primeiro lugar (vv. 35-50), Cristo repreende os judeus por não haverem acreditado na sua palavra; em seguida, do versículo 51 em diante, passa a falar-lhes propriamente da Eucaristia: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu". Cristo se apresenta, pois, primeiro como Pão da Palavra, no qual devemos crer, para só então revelar-se como o Pão Eucarístico de que nos devemos alimentar: "Quem come deste pão", diz, "viverá eternamente" (Jo 6, 51).
Por isso, as nossas comunhões só serão frutuosas, só alimentarão de fato a nossa alma se tivermos aquelas disposições interiores necessárias para receber a Cristo, antes de tudo, como a Palavra que nutre o nosso espírito faminto de Verdade; temos, pois, de O acolher na fé para podermos, com fruto, recebê-lO como efetiva refeição espiritual, como penhor da vida eterna. Peçamos a Maria Santíssima, nossa Mãezinha do Céu, que nos ajude a dedicar um tempo mais generoso à oração e à preparação para a comunhão. Não nos aproximemos do Senhor Sacramentado sem fé, com frieza ou por simples costume. Que Ele não nos encontre apenas de ventre vazio e esfomeado, mas também de coração sedento de Verdade e de Amor.
O que achou desse conteúdo?