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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10, 1-12)

Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.
E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa.
Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’.
Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: ‘Até a poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade”.

Celebramos hoje, com grande alegria, a Memória dos Santos André de Soveral, Ambrósio Ferro e seus companheiros mártires de Cunhaú e Uruaçu, do Rio Grande do Norte.

No Evangelho de hoje, Jesus envia 72 discípulos e diz uma frase peculiar: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos” (Lc 10, 1-3). Ora, se Jesus é o Bom Pastor, por que Ele faria isso com suas ovelhas? Evidentemente, essa frase se trata de uma metáfora, a qual significa que Nosso Senhor enviará seus discípulos como ovelhas pacíficas no meio da malícia dos lobos e que, por isso, eles serão martirizados. Jesus, de forma alguma, quer a nossa destruição, mas Ele nos avisou que haveria perseguições. 

Os mártires do Rio Grande do Norte foram perseguidos e mortos por causa de sua fé católica e, sobretudo, por crerem na Eucaristia. É muito importante que os católicos brasileiros se lembrem disso, pois esses santos morreram por algo pelo qual muitos não querem viver. O Brasil deveria ser um país católico, mas cada vez mais abandona a verdadeira fé; e a pessoa que vai deixando de ser católica perde justamente a fé e a devoção na Santíssima Eucaristia.

O primeiro protestante, Martinho Lutero, era um sacerdote e celebrava a Santa Missa, mas perdeu a fé na Eucaristia e, assim, tornou-se um grande adversário da Igreja Católica. Inclusive, os tratados que Lutero, Calvino, Kraemer e outros revolucionários protestantes escreveram contra o sacerdócio, a Missa e a Eucaristia são coisas pelo menos indignas.

Às vezes, nós católicos achamos que precisamos ser ecumênicos, deixando de lado o que nos separa das religiões cristãs. No entanto, se fizermos isso, a primeira coisa que iremos desprezar completamente será a Santíssima Eucaristia.

Muitas vezes, somos chamados pelos protestantes de idólatras, porque supostamente adoramos imagens. Todavia, no fundo, a “idolatria” que eles realmente detestam é o culto que fazemos à Eucaristia. São muito ignorantes ou tolos aqueles que acreditam que adoramos imagens, mas os protestantes que conhecem a nossa fé sabem que acreditamos que o pão que está presente na Missa, depois da consagração, não é mais pão, e sim o próprio Jesus Cristo. Por isso, ajoelhamo-nos diante da Eucaristia e a adoramos, sendo capazes de dar a nossa vida por Jesus Eucarístico. 

Portanto, se queremos fazer ecumenismo, comecemos com a sinceridade de admitir a enorme diferença entre o protestantismo e o catolicismo, pois cremos que Jesus, na Última Ceia, instituiu duas coisas que nenhum protestante aceitará: o sacerdócio ministerial e a Santíssima Eucaristia. É isso que distingue substancialmente a nossa fé católica, e por isso nós queremos viver e morrer, se for necessário, como os santos mártires de hoje. Que eles  intercedam por nós a fim de que tenhamos força para admitir, sem vergonha e sem medo, a nossa identidade católica, se quisermos ter um diálogo sincero e ecumênico com aqueles que ainda não creem na Santa Eucaristia.

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