No Manuscrito C, Teresinha caracteriza o seu caminho espiritual como um “meio de ir para o Céu por um caminhozinho bem reto, bem curto, uma pequena via inteiramente nova” [1]. Nova, sim, mas apenas quanto ao modo de apresentá-la, uma vez que o coração da pequena via — como tivemos ocasião de ver — já está no Evangelho, cuja doutrina, sempre velha e sempre nova, Teresinha conseguiu expressar com um frescor próprio, com a simplicidade das almas que vêem, sem grandes aparatos conceituais, as verdades espirituais mais profundas.
É comum identificar essa pequena via com a ideia de “infância espiritual”, expressão algo inadequada, por prestar-se a interpretações simplistas, que Teresinha mesma não chegou a utilizar. O termo, ao que tudo indica, surgiu cerca de 10 anos após a morte da santa. Madre Inês a emprega em seu Caderno Amarelo, onde deixou registradas as últimas palavras da santa, que, se usou alguma vez a expressão, terá sido por um reflexo dos ensinamentos do Pe. Pichon, SJ, diretor espiritual de Paulina e Maria.
O que, sim, é certo é o uso recorrente por Teresinha da noção de enfant, que em francês pode significar tanto “criança” quanto “filho”, e...