Nas duas últimas aulas, vimos que Santa Teresinha foi agraciada de modo particular com uma inocência extraordinária e com o dom da oração — diferentemente de nós, que a duras penas precisamos trilhar o caminho da penitência e subir, degrau por degrau, a escada da intimidade divina.
É justamente para considerar o que isso significa concretamente para nós que precisamos fazer uma pausa. Pois ninguém desenvolve o que não possui e, mesmo quando o possui, precisa empregar meios proporcionados para fazer crescer o que tem em mãos. Ora, a santidade é a semente da graça divina, plantada na alma humana, que germina e vai desabrochando aos poucos, graças a uma dedicação e um trabalho constante de cuidado.
Isso significa, em primeiro lugar, que precisamos permanecer em estado de graça. A santidade não é um esforço meramente humano. Trata-se de nossa participação na vida divina, impossível sem uma ação direta do próprio Deus em nossa alma; e Ele age, via de regra, através de seus sacramentos. O Batismo e a Penitência são os meios ordinários através dos quais ganhamos e permanecemos na amizade de Deus. Não se pode falar de santidade sem falar, antes, da vida da graça...