Se o segredo que Teresinha quis transmitir às almas é a sua pequena via, própria daqueles que, querendo amar a Deus, não encontram em si meios de superar sua radical miséria, é evidente que o fundamento ou, antes, a experiência fundamental deste caminho de santidade é a própria misericórdia divina. Ela mesma o diz logo nas primeiras páginas do Manuscrito A e no-lo recorda na prática, ao fazer, em junho de 1895, seu ato de oferecimento ao Amor Misericordioso do Bom Deus. Ouçamos as palavras de Teresinha:
Só quero uma coisa: começar a cantar o que devo repetir eternamente: “As misericórdias do Senhor!” […] Eis o mistério de minha vocação, de minha vida inteira, e, sobretudo, o mistério das predileções de Jesus por minha alma… Ele não chama os que são dignos, mas os que lhe apraz; ou como diz São Paulo: “Terei misericórdia a quem eu fizer misericórdia; terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão. Desta forma, a escolha não depende de quem a quer nem de quem corre, mas da misericórdia de Deus” (Rom 9, 15-16) [1].Palavras que não são mais do que uma explicação do que já o Apóstolo S. João atribuía a Deus como sua nota ou propriedade característica: “Deus é amor” (1Jo...
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