Dos três bens do matrimônio que até agora vimos a prole ocupa, por sua própria natureza, o lugar mais importante, já que é em função dela e em ordem a ela que o casamento existe. A importância que a Igreja sempre reconheceu aos filhos se deve, antes de tudo, a que dentre todos os bens conjugais são eles os únicos capazes de perdurar depois de desfeito o vínculo matrimonial pelo falecimento de um dos cônjuges. Com efeito, a fidelidade que ambos têm o dever de guardar rompe-se com a morte, assim como a índole sacramental de sua união, uma vez que no Céu, como diz o Senhor, os bem-aventurados não se casam nem se dão em matrimônio (cf. Mt 22, 30). Por essa razão, a Igreja fez sempre questão de defender, ainda que à custa de lucrar a antipatia e a inimizade de não poucas pessoas e instituições, que o bem mais precioso e importante do matrimônio são justamente os filhos que nele se podem gerar.
E isso não só em virtude da estabilidade de tal bem, mas ainda por causa da dignidade de cada novo homem que vem ao mundo, chamado a alcançar um altíssimo fim. Pois o ser humano foi elevado acima de todas as demais criaturas não somente por sua natureza racional e livre, pela...