O segundo bem do matrimônio, como visto em aulas passadas, é a fidelidade. E isto de um duplo e complementar ponto de vista, como ordenado pela própria lei natural: “Não pecar contra a castidade” e “Não desejar a mulher do próximo” são dois artigos dos Mandamentos de Deus que nos apontam para a dimensão ao mesmo tempo interior e exterior da fidelidade conjugal.
Os casados, com efeito, estão obrigados a ser mutuamente fiéis não apenas com o corpo, mas também, e principalmente, com o coração, o que exclui toda prática, pensamento e desejo, ainda que não exteriorizados, que expressem uma falta de amor e respeito às promessas matrimoniais. O verdadeiro amor, sobre o qual deve estar cimentado o casamento cristão, exige entrega, exclusiva e definitiva, e isto abrange, naturalmente, a totalidade da pessoa — seu corpo, sua alma, seu mundo interior de imaginações, aspirações, anelos etc.
Dizer que alguém é fiel apenas por nunca ter cometido de fato um adultério, embora consentindo interiormente naquilo que não chegara a praticar, seria um contrassenso e um abuso da palavra “fidelidade”.
Disto se segue que se devem abolir da vida íntima do casal algumas práticas...