Vimos na aula passada que os dois grandes amigos do amor e afeto conjugais são a graça sacramental, por um lado, e o amor de Deus, por outro. Na aula de hoje, vamos centrar-nos naquilo que pode corroer e esfriar pouco a pouco o afeto entre os esposos.
O primeiro problema, que passa muitas vezes despercebido, consiste nos chamados afetos indevidos ou desordenados. É preciso lembrar que o matrimônio é um pacto, uma aliança em virtude da qual homem e mulher tornam-se uma só carne (cf. Mt 19, 6), razão por que devem se amar mutuamente mais do que amam a seus pais e inclusive a seus filhos.
Trata-se de uma exigência da caridade cristã, que na ordem das relações pessoais manda-nos amar, em primeiro lugar, a nós mesmos e, portanto, a quem se uniu a nós em uma só carne. Os esposos, com efeito, constituem como que uma única pessoa moral.
Por isso, as esposas e mães têm de lutar contra a tendência, desordenada e nociva ao amor conjugal, a apegar-se excessivamente aos filhos, a ponto de amá-los mais do que ao próprio marido. Os esposos e pais, por sua vez, têm o grave dever de pôr sempre mulher e filhos em primeiro lugar, acima da carreira e de projetos...