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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 1, 7-11)

Naquele tempo, João pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no rio Jordão. E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”.

Ao ser batizado por S. João na festa de hoje, o Senhor vê os céus se abrirem e de lá descer a voz do Pai, que lhe diz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”. O Pai testemunha aqui a alegria que lhe causa o amor e a obediência de Jesus Cristo, seu Filho encarnado. Nele, com efeito, repousa toda a complacência de Deus, pois só em Jesus o coração humano chegou a amar o Pai com todo o amor de que Ele é digno. Sinal disto é a presença, em forma de pomba,  do Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho “por uma comum espiração de amor infinitamente santa” (Antonio R. Marín, Dios y su Obra. Madrid: BAC, 1963, p. 314, n. 295). No batismo do Senhor, portanto, contemplamos o mistério de que, no SS. Coração de Cristo, o Pai goza da mesma alegria, da mesma felicidade que, por assim dizer, lhe “proporciona” a geração eterna de seu Filho no céu. E assim também o nosso próprio batismo; por meio dele, revestimo-nos de Cristo e, assimilados ao seu Corpo, que é a Igreja, apresentamo-nos ao Pai sob o título de filhos que Ele mesmo quis conceder-nos. Ao ver, pois, a um de seus filhinhos, batizados e em estado de graça, é a Cristo que o Pai enxerga, e por isso o seu coração celeste, transbordante de alegria, pode dizer a cada um de nós: “Tu és o meu Filho amado”, porque é Ele quem age em nós, que ama em nós, que se sacrifica em nós. É a Ele, numa palavra, que o Pai deseja reconhecer em nós, porque é impossível, fora de Jesus, agradar verdadeiramente o Pai, cujo único amor, cuja única grande e santa “obsessão” é o seu Filho unigênito, de quem temos hoje a graça de ser membros vivos.

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