Chegamos à última aula do curso, mas poderíamos dizer que ela é a primeira de uma série de reflexões que pretendemos fazer sobre nossas origens. É como se as dezenove aulas anteriores servissem de prolegômeno, de preparação para que pudéssemos seguir com os diálogos e estudos. Porque sem uma noção pelo menos esquemática da história de Portugal como um todo e das navegações em particular, é impossível conservar sobre o Brasil e em especial sobre a vocação brasileira.
E, como vimos desde o início dessa jornada, o primeiro passo para conhecermos o nosso passado e a partir dele compreender a nossa identidade, é não aderirmos às interpretações extremadas, seja aquelas que romantizam, seja aquelas que vilanizam. De certa forma, vimos que a historiografia portuguesa oscila entre dois estágios de julgamento dos filhos diante dos pais: a infância e a adolescência.
A criança inicialmente idealiza os pais. São seus heróis, seus modelos, são o que eles querem ser quando crescer. E há que ser assim. No entanto, com a juventude, vem um senso crítico, uma constatação dos defeitos do pai e da mãe, e uma tendência, no mais das vezes desordenada, de contestá-los e...