Na última aula, falamos da demanda do Preste João fundamentalmente por dois motivos: primeiro porque, objetivamente, no reinado de D. João II, há buscas por esse rei e seu reino, como vimos na tentativa fracassada de Afonso Paiva e na bem-sucedida missão de Pêro da Covilhã, que chegou à desejada meta, embora não tenha conseguido mandar para Portugal notícias de suas aventuras. Depois, trouxemos para a pauta esse assunto, para, mais uma vez, refutar a historiografia marxista que enxerga as navegações, especialmente a partir dessa época, como sendo uma empreitada meramente econômica; teríamos aí a fundação do mercantilismo, etapa importante da dialética histórico-materialista.
De fato há essa realidade mercantil. Vimos como a Coroa portuguesa, após a morte do Infante D. Henrique, herdou o seu comércio da Guiné; vimos que Afonso V, no seu longo reinado, tratou de consolidar essa estrutura comercial; e vimos, enfim, como João II, começou a expandir essa empresa, inclusive dando uma cara mais imperial para todo esse projeto ultramarino. É ele o primeiro a se intitular “senhor da Guiné”.
No entanto, em história, as coisas costumam ser mescladas, e quando abstraímos de...