Na maioria das vezes, a experiência dos afetos surge após as considerações da inteligência: passamos um tempo estimulando os sentidos externos e a imaginação, e refletindo sobre o tema meditado, até que Deus tem misericórdia de nós e nos visita.
Mas pode acontecer também que os afetos venham logo no início da oração, inclusive antes das considerações. Nesse caso, esqueça os métodos e mergulhe no amor de Deus, pois os passos da meditação têm por finalidade conduzir você ao afeto da vontade. A respeito disso, veja o que orienta São Francisco de Sales:
Há de acontecer-te uma ou outra vez que, logo depois da preparação, o teu afeto fique todo comovido e absorto em Deus. Então, Filoteia, é preciso soltar a rédea sem querer seguir o método que te dei; porque embora geralmente a consideração deva preceder os afetos e resoluções, se no entanto o Espírito Santo der os afetos antes da consideração, não deves ir à cata desta, que só tem por fim mover os afetos. Resumindo: sempre que te vierem os afetos, é preciso recebê-los e dar-lhes lugar e fundamento, quer cheguem antes quer depois de todas as considerações. E ainda que eu pus os afetos depois de...