Se a pessoa não costuma usar a imaginação quando lê (que é o caso da maioria), também terá alguma dificuldade em aplicá-la na meditação, pois a imaginação é um sentido corporal (interno) que pode ser mais ou menos exercitado e desenvolvido. Para corrigir de vez o problema é necessário o letramento, isto é, a formação literária, que gradualmente desenvolverá a memória e a imaginação, dispondo melhor essas faculdades inferiores: “Pois são mais aptos para inteligir, aqueles [indivíduos] nos quais as capacidades imaginativa, cogitativa e memorativa estão melhor dispostas” [1]. Quem não assistiu à aula sobre leitura espiritual pode começar por lá, pois naquela aula foi demonstrada a importância de enriquecer o mundo interior com leituras piedosas.
Mas para isso não é necessário entupir-se de romances e leituras profanas. Basta selecionar meia dúzia dos melhores clássicos da literatura e lê-los pausadamente, mais de uma vez, aprofundando a compreensão e retendo na memória o conteúdo do livro. E quem não estiver disposto a ler os clássicos, nem por isso deve desistir da formação literária, pois nas Sagradas Escrituras e nas Vidas dos Santos encontrará material suficiente para...