Na aula passada, a partir da dificuldade específica de uma personagem fictícia, que é também a da maioria, explicamos como meditar com fruto. Nesta aula, queremos ir mais fundo e entender por que a meditação é tal qual a descrevemos com base no funcionamento da linguagem.
Uma mesma palavra usada em contextos distintos evoca na imaginação coisas diferentes. Como saber então o que ela quer dizer? Antes de tudo, tenhamos presente que toda palavra, escrita ou falada, é um sinal, chamado por João de São Tomás “signo instrumental”, porque serve de instrumento para evocar dentro de nós um significado ou, em linguagem escolástica, um “signo formal”, que, por sua vez, é diferente da coisa (res), da realidade concreta a que se refere, também chamada referente.
A distinção entre sinal, significado e referente é imprescindível não só para meditarmos de forma adequada, mas para que haja verdadeira comunicação entre as pessoas. É por desconsiderar-se isto que surgem tantas discussões entre os que polemizam em torno de palavras. Não se dão conta de que, para cada um dos interlocutores, uma mesma palavra significa coisas diferentes.
Tomemos a título de exemplo a...