Na meditação, você deve buscar tanto o ato de fé da inteligência quanto o afeto da vontade, porque não haverá o afeto sem antes uma percepção mais profunda do mistério meditado. O objetivo da meditação é experimentar algo dos mistérios da fé. Geralmente, chamamos essa experiência de afeto da vontade. Trata-se daquele momento em que o coração se inflama e começa a saborear as coisas que estava meditando. Por exemplo: a pessoa estava meditando sobre o inferno e, passado algum tempo, sentiu grande aversão e arrependimento de seus pecados. Ainda que não tenha percebido na hora, aquele “sentimento” aconteceu na vontade da alma, pois ele produziu efetivamente uma mudança de propósitos: a pessoa, antes de rezar, não estava tão preocupada com seus pecados, mas agora está lamentando profundamente ter ofendido a Deus. É essa a finalidade da meditação, é aí que queremos chegar:
O ofício da meditação é considerar com estudo [empenho] e atenção as coisas divinas, discorrendo de umas a outras para mover o nosso coração a algum afeto e sentimento delas [1].Os atos da imaginação e as considerações da inteligência são meios de penetrar nos mistérios da fé através da graça divina, mas...