Os Padres do Oriente incluem a soberba no rol dos pecados capitais, os quais acabam totalizando o número de oito [1]. Em sintonia com o Autor Sagrado, todavia, para quem "a soberba é o início de todo pecado" (Eclo 10, 15), São Gregório Magno situa a superbia acima dos outros sete pecados, chamando-a de "rainha dos vícios" [2].
Santo Tomás de Aquino, em concordância com esse raciocínio, explica [3] que é possível tomar essa palavra em três acepções:
Na primeira, como um "apetite desordenado da própria excelência" (inordinatum appetitum propriae excellentiae) – a qual se chama também de amor próprio ou filáucia;Na segunda, como um "certo desprezo atual de Deus" (quendam actualem contemptum Dei), quanto ao seu efeito, que é não submeter-se aos Seus mandamentos;Na terceira, como uma "certa inclinação a esse mesmo desprezo" (quendam inclinationem ad huiusmodi contemptum), que vem da corrupção da natureza humana, pelo pecado original.Em todos esses sentidos, a soberba é considerada a raiz de todos os vícios.
Trata-se, também, por sua natureza espiritual, de um tipo particularmente grave de pecado. Para entendê-lo, é preciso conhecer a distinção que existe,...