Para manter a boa forma física, as pessoas estão sempre à procura de novas soluções: nos últimos anos, além de inventar dietas e experimentar tipos diferentes de comida, muitas delas têm recorrido às cirurgias de redução do estômago. Essas operações, que em si não são imorais, no entanto, não podem solucionar o problema da gula. A terapia da gastrimargia tem mais a ver com uma atitude espiritual em relação aos alimentos que com a espécie e a quantidade de comida que ingerimos. De fato, de nada adianta mudar o estômago se não se muda a alma.
Santo Tomás de Aquino, ao responder se a abstinência é uma virtude, esclarece que “a moderação no comer, na quantidade como na qualidade, cabe à medicina, no caso da saúde física, mas vista nas suas disposições interiores, em relação ao bem racional, ela pertence à abstinência" [1]. Santo Agostinho, por sua vez, ensina que “não importa, absolutamente, o que ou quanto de alimento alguém toma, se procede de acordo com as exigências das pessoas com quem convive e com as da própria pessoa, segundo as necessidades da saúde. O que importa é a facilidade e a serenidade com que sabe o homem privar-se da comida, quando for necessário ou...