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Terapia das Doenças Espirituais

O pecado da acídia

Para muitos, a preguiça parece um pecado "simpático" e evoca cenas no mínimo engraçadas do cotidiano: é a licença para ativar o "modo soneca" do celular, a corrida de um funcionário atrasado para o serviço, o tempo desperdiçado na linha do tempo do Facebook, e os exemplos se multiplicam...

Mas, por trás de todos esses comportamentos, está uma preguiça muito mais séria e perigosa: a preguiça de ser santo.

Neste vídeo exclusivo, Padre Paulo Ricardo fala sobre a doença espiritual da acídia, a qual tem se espalhado hoje como uma verdadeira epidemia.

Em que consiste esse pecado? O que gera a acídia e quais as suas consequências para a vida espiritual? Por que essa tristeza como que "paralisa" a pessoa, tornando-a incapaz de agir e trabalhar?

Descubra, através das lições de Evágrio Pôntico, São Gregório Magno e Santo Tomás de Aquino, quais as raízes e os efeitos terríveis desse pecado capital.

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A acídia como "tristeza espiritual". – Santo Tomás de Aquino, ao considerar os vícios opostos à alegria da caridade, começa pela acídia (do grego ἀκηδία, que quer dizer, literalmente, "falta de cuidado"), a qual ele define como "tristeza do bem espiritual" (acedia nominat tristitiam spiritualis boni) [1]. Trata-se de uma amargura que se abate sobre a pessoa, quando ela considera o projeto de santidade que Deus tem para si: no começo, até sente entusiasmo com a pregação das virtudes e a vida dos santos, mas, quando tem que aplicar em si as verdades divinas, deprime-se e fica desanimada, acabrunhada pela grandeza das exigências da vida cristã.

O povo de Israel perambulando no deserto por longos quarenta anos é uma imagem muito adequada dessa doença espiritual. Depois de serem libertos da escravidão do Egito, os israelitas chegaram bem depressa às portas da Terra Prometida. Por medo e covardia, no entanto, não quiseram atravessar e conquistar a terra que Deus tinha preparado para eles: "O povo que vive nessa terra é muito forte – diziam eles –, as cidades são fortificadas e enormes. (...) Não podemos enfrentar esse povo, porque é mais forte do que nós" ( Nm 13,...

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