Nesta aula, vamos tratar das distrações durante a oração. De início, precisamos identificar que a distração é o contrário do recolhimento. Estamos recolhidos quando as faculdades da nossa alma, a inteligência e a vontade, estão aplicadas a um objeto sobrenatural.
Mas pode acontecer, por exemplo, que uma pessoa esteja estudando com grande nível de concentração; mesmo assim, ela não estará recolhida interiormente se o objeto de seu estudo não for sobrenatural. Ainda que esteja lendo um texto espiritual ou um trecho da S. Escritura, se naquele ato não houver uma presença sobrenatural à qual a inteligência e a vontade se voltam, a pessoa não está, de fato, em recolhimento.
Somente quando há uma adesão da inteligência e da vontade ao objeto sobrenatural é que estamos em recolhimento; do contrário, estamos distraídos. Essa, ao menos, é a regra constatável entre aqueles que iniciam a vida de oração.
Nessa mobilização das faculdades da alma para se concentrar, existem outros fatores que podem causar distrações, como os sentidos. Ouvir conversas dentro da igreja, ver pessoas vestidas de forma inadequada, ou permanecer sentado por horas em um banco desconfortável,...