A oração vocal não é somente a recitação de orações, mas também a oração espontânea que brota da amizade com Cristo ressuscitado. Para que essa amizade seja uma presença mútua, ela precisa ser uma doação.
Em termos práticos, quando vamos rezar, é necessário que haja a presença de Cristo e a nossa; essa última, porém, nem sempre se concretiza. Muitas vezes, não nos fazemos presentes na oração, porque não nos entregamos por inteiro a Cristo. Isso porque ficamos recordando memórias do passado, preocupando-nos com acontecimentos futuros e dispersando-nos pela soberba do tempo presente.
No céu, o Pai e o Filho são presença infinita um para o outro, porque se doam mutuamente numa relação de amor que é o Espírito Santo. Ao se encarnar e assumir a natureza humana, o Filho se doou a cada um de nós. Na Eucaristia, Ele se doa propter nos homines et propter nostram salutem, por nós homens e para nossa salvação.
Por isso, o momento da comunhão é bastante propício para a oração vocal. Nessa hora, precisamos nos colocar “presentes” diante da presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo, que se doa inteiramente a nós. E aqui é necessário nos questionarmos: “Será que...