O primeiro grau de oração é a oração vocal, que nos foi dada por Nosso Senhor Jesus Cristo na ocasião em que ensinou aos discípulos o pai-nosso: “Quando orardes, dizei” (Lc 11, 2). Porém, devemos compreender que essa forma de oração não consiste em proferir muitas palavras. O próprio Jesus nos advertiu quanto a isso: “Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras” (Mt 6, 7).
Como mencionado na aula anterior, para realizar de forma eficaz a oração vocal, precisamos primeiramente nos colocar na presença de Deus. S. Teresa d’Ávila, no capítulo 22 do Caminho de perfeição, afirma que, ao menos por cortesia, é necessário saber com quem estamos falando. Quando temos essa advertência da presença divina, estamos unindo a oração vocal e a oração mental: “Se, falando, entendo perfeitamente e percebo que falo com Deus, concentrando-me mais nisso do que nas palavras que digo, estão juntas aqui a oração mental e a vocal” [1]. Tal é, portanto, a “arte” de uma boa oração vocal: concentrar-nos mais na presença de Deus do que nas palavras que são ditas.
No entanto, isso não quer dizer que não tenhamos que...